[...] Se queremos que nossa vida tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: BOTE FÉ e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; BOTE ESPERANÇA e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; BOTE AMOR e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. BOTE FÉ, BOTE ESPERANÇA, BOTE AMOR! [...]
—Papa Francisco, 5/07/2013, Praia de Copacabana, Brasil.

Redescobrir as pequenas coisas + Diálogo — Papa Francisco

Em sua mensagem de Natal neste sábado (25/12), o Papa Francisco lamentou a crescente polarização nas relações pessoais e entre líderes internacionais e afirmou que apenas o diálogo pode resolver conflitos, que vão desde rixas familiares até ameaças de guerra.

O pontífice destacou que não se pode fechar os olhos para os conflitos que "parecem nunca ter fim". "Estamos tão acostumados com eles, que imensas tragédias passam agora em silêncio".

Na tradicional mensagem "Urbi et Orbi" (para a cidade e para o mundo), ele encorajou indivíduos e líderes mundiais a conversarem, já que nesta época de pandemia a tendência para fechar-se é reforçada” e pediu que o mundo opte pelo “diálogo” e que redescruba as “pequenas coisas da vida”.

"A nossa capacidade de relacionamento social está sendo duramente testada. Há uma tendência crescente de nos afastarmos, de fazermos tudo por nós mesmos, de deixar de se esforçar para encontrar os outros e fazer coisas juntos", disse o papa.

"Também a nível internacional, corre-se o risco de evitar o diálogo, o risco de que esta complexa crise conduza a atalhos em vez de caminhos mais longos de diálogo. No entanto, só esses caminhos podem conduzir à resolução de conflitos e a benefícios duradouros para todos", afirmou o pontífice.

Francisco, que completou 85 anos na semana passada, listou conflitos, tensões e crises na Síria, no Iêmen, em Israel, em Territórios Palestinos, no Afeganistão, em Mianmar, na Ucrânia, no Sudão, Sudão do Sul e outros lugares.

O papa destacou que esses conflitos "parecem nunca ter fim" e que, a essa altura, "mal os notamos". "Estamos tão acostumados com eles, que imensas tragédias passam agora em silêncio. Corremos o risco de não ouvir o grito de dor e angústia de tantos de nossos irmãos e irmãs ", disse Francisco.

Ele pediu a Deus que "dê serenidade e unidade às famílias", elogiando aqueles que se esforçam para mantê-las e as comunidades unidas em tempos de tanta divisão.

"Peçamos-lhe força para estar aberto ao diálogo. Neste dia festivo, imploramos-lhe que desperte no coração de todos o desejo de reconciliação e de fraternidade", afirmou.

O papa também pediu que as pessoas não sejam indiferentes à situação dos migrantes, refugiados, deslocados, presos políticos e mulheres vítimas de violência e pediu aos líderes que protejam o meio ambiente para as gerações futuras.

Na sexta-feira, durante a Missa do Galo, Francisco apelou por um maior cuidado com os desfavorecidos e para que os católicos tenham um olhar especial para as pequenas coisas da vida. Na homilia, o papa lembrou que Jesus nasceu como "um menino pobre envolto em panos, rodeado por pastores".

"É aí que Jesus nasce: perto deles, perto dos esquecidos das periferias. Ele vem onde a dignidade humana é posta à prova", destacou.

Francisco ressaltou que Jesus pede para redescobrir e valorizar as pequenas coisas da vida. "Eis a mensagem: Deus não cavalga a grandeza, mas desce na pequenez. A pequenez é a estrada que escolheu para chegar até nós", afirmou.

Na noite de sábado (24), durante a celebração tradicional da Missa do Galo para cerca de duas mil pessoas - de máscara - na Praça São Pedro, no Vaticano, em um apelo por humildade, o sumo pontífice pediu a todos que “olhem além das luzes e das decorações” e se lembrem dos mais necessitados. O papa destacou, ainda, que as pessoas que são indiferentes aos pobres ofendem a Deus.

"Nesta noite de amor, tenhamos apenas um medo: ofender o amor de Deus, ferindo-o ao desprezar os pobres com a nossa indiferença", disse.

Ele citou um verso de um poema de Emily Dickinson: “quem não encontrou o céu – aqui embaixo – falhará nele lá em cima”.

E acrescentou em suas próprias palavras: “Não percamos de vista o céu; cuidemos de Jesus agora, acariciando-o nos necessitados, porque é neles que ele se fará presente”.

Fonte: www.vaticannews.va/pt

Tags: Natal, Jesus, Papa Francisco, diálogo, conflitos, pobres, irmãos e irmãs, Covid 19.