A
Igreja vem celebrando o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
desde 1914. É sempre uma ocasião para exprimir preocupação pela diversidade de
pessoas vulneráveis que se deslocam; para rezar pelos desafios que enfrentam e
para aumentar a sensibilização acerca das oportunidades proporcionadas pelas
migrações.
Em
2019, o 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
será celebrado em 29 de setembro. O Papa Francisco escolheu o tema “Não
se trata apenas de migrantes” para evidenciar os nossos pontos cegos e
assegurar que ninguém fique excluído da sociedade, seja residente de longa data
ou recém-chegado.
O
Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados passa a ser celebrado no último domingo
de setembro “a pedido de várias Conferências Episcopais, o Santo Padre transferiu o
Dia Mundial do Migrante e do Refugiado para o último domingo de setembro”,
segundo O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.
Na
mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o Santo Padre, Papa
Francisco ressalta que conflitos violentos são verdadeiras e próprias guerras e
não cessam de dilacerar a humanidade. Sucedem-se injustiças e discriminações.
Quem sofre as consequências são, sobretudo, os mais pobres e desfavorecidos.
Neste
ano o Papa apresenta sete reflexões-chave e, por fim, reforça que a
resposta ao desafio das migrações pode ser resumida em quatro verbos: acolher,
proteger, promover e integrar.
A
primeira Reflexão-chave para acolher os migrantes é levar em consideração que “não
se trata apenas de migrantes: trata-se também dos nossos medos”.
Um
segundo elemento é compreender que “não se trata apenas de migrantes: trata-se
da caridade“. Demonstrar a fé através das obras de caridade.
Em
terceiro lugar está o fato de que “não se trata apenas de migrantes: trata-se
da nossa humanidade”.
O
Papa afirma que “o mundo atual vai-se tornando, dia após dia, mais elitista e cruel
para com os excluídos”.
Portanto,
diz ele: “Não se trata apenas de
migrantes: trata-se de não excluir ninguém. Trata-se de colocar os últimos em primeiro lugar“.
“Na
lógica do Evangelho, os últimos vêm em primeiro lugar, e nós devemos
colocar-nos ao seu serviço”.
A
sexta
reflexão-chave é compreender que “não se trata apenas de migrantes: trata-se
da pessoa toda e de todas as pessoas“.
E
por fim, a sétima é lembrar que “não se trata apenas de migrantes: trata-se
de construir a cidade de Deus e do homem“.
Por
fim, o Papa resumiu em quatro verbos a resposta ao desafio apresentado
pelas migrações atuais: acolher, proteger, promover e integrar.
“Esses verbos não valem apenas para os
migrantes e os refugiados; exprimem a missão da Igreja a favor de todos os
habitantes das periferias existenciais, que devem ser acolhidos, protegidos,
promovidos e integrados”, ressalta Francisco.
Se
pusermos em prática estes verbos, contribuímos para construir a cidade de Deus
e do homem, promovemos o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas e
ajudamos também a comunidade mundial a ficar mais próxima de alcançar os
objetivos de desenvolvimento sustentável que se propôs e que, caso contrário,
dificilmente serão atingíveis.
Por
conseguinte, não está em jogo apenas a causa dos migrantes; não é só deles que
se trata, mas de todos nós, do presente e do futuro da família humana. Os
migrantes, especialmente os mais vulneráveis, ajudam-nos a ler os «sinais dos
tempos». Através deles, o Senhor chama-nos a uma conversão, a libertar-nos dos
exclusivismos, da indiferença e da cultura do descarte.
Através
deles, o Senhor convida-nos a reapropriarmo-nos da nossa vida cristã na sua
totalidade e contribuir, cada qual segundo a própria vocação, para a construção
dum mundo cada vez mais condizente com o projeto de Deus.
Estes
são os meus votos que acompanho com a oração, invocando, por intercessão da
Virgem Maria, Nossa Senhora da Estrada, abundantes bênçãos sobre todos os
migrantes e refugiados do mundo e sobre aqueles que se fazem seus companheiros
de viagem.
Fonte:
Vatican News, 27/05/2019