[...] Se queremos que nossa vida tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: BOTE FÉ e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; BOTE ESPERANÇA e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; BOTE AMOR e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. BOTE FÉ, BOTE ESPERANÇA, BOTE AMOR! [...]
—Papa Francisco, 5/07/2013, Praia de Copacabana, Brasil.

Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2019 — mensagem do Papa Francisco


Papa Francisco com migrantes e refugiados em Roma (foto: Vatican News)
A Igreja vem celebrando o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado desde 1914. É sempre uma ocasião para exprimir preocupação pela diversidade de pessoas vulneráveis que se deslocam; para rezar pelos desafios que enfrentam e para aumentar a sensibilização acerca das oportunidades proporcionadas pelas migrações.

Em 2019, o 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado será celebrado em 29 de setembro. O Papa Francisco escolheu o tema “Não se trata apenas de migrantes” para evidenciar os nossos pontos cegos e assegurar que ninguém fique excluído da sociedade, seja residente de longa data ou recém-chegado.

O Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados passa a ser celebrado no último domingo de setembro  “a pedido de várias Conferências Episcopais, o Santo Padre transferiu o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado para o último domingo de setembro”, segundo O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke.

Na mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, o Santo Padre, Papa Francisco ressalta que conflitos violentos são verdadeiras e próprias guerras e não cessam de dilacerar a humanidade. Sucedem-se injustiças e discriminações. Quem sofre as consequências são, sobretudo, os mais pobres e desfavorecidos.

Neste ano o Papa apresenta sete reflexões-chave e, por fim, reforça que a resposta ao desafio das migrações pode ser resumida em quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar.

A primeira Reflexão-chave para acolher os migrantes é levar em consideração que “não se trata apenas de migrantes: trata-se também dos nossos medos”.

Um segundo elemento é compreender que “não se trata apenas de migrantes: trata-se da caridade“. Demonstrar a fé através das obras de caridade.

Em terceiro lugar está o fato de que “não se trata apenas de migrantes: trata-se da nossa humanidade”.

O Papa afirma que “o mundo atual vai-se tornando, dia após dia, mais elitista e cruel para com os excluídos”.

Portanto, diz ele:  “Não se trata apenas de migrantes: trata-se de não excluir ninguém. Trata-se de colocar os últimos em primeiro lugar“.

“Na lógica do Evangelho, os últimos vêm em primeiro lugar, e nós devemos colocar-nos ao seu serviço”.

A sexta reflexão-chave é compreender que “não se trata apenas de migrantes: trata-se da pessoa toda e de todas as pessoas“.

E por fim, a sétima é lembrar que “não se trata apenas de migrantes: trata-se de construir a cidade de Deus e do homem“.

Por fim, o Papa resumiu em quatro verbos a resposta ao desafio apresentado pelas migrações atuais: acolher, proteger, promover e integrar. “Esses verbos não valem apenas para os migrantes e os refugiados; exprimem a missão da Igreja a favor de todos os habitantes das periferias existenciais, que devem ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados”, ressalta Francisco.

Se pusermos em prática estes verbos, contribuímos para construir a cidade de Deus e do homem, promovemos o desenvolvimento humano integral de todas as pessoas e ajudamos também a comunidade mundial a ficar mais próxima de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável que se propôs e que, caso contrário, dificilmente serão atingíveis.

Por conseguinte, não está em jogo apenas a causa dos migrantes; não é só deles que se trata, mas de todos nós, do presente e do futuro da família humana. Os migrantes, especialmente os mais vulneráveis, ajudam-nos a ler os «sinais dos tempos». Através deles, o Senhor chama-nos a uma conversão, a libertar-nos dos exclusivismos, da indiferença e da cultura do descarte.

Através deles, o Senhor convida-nos a reapropriarmo-nos da nossa vida cristã na sua totalidade e contribuir, cada qual segundo a própria vocação, para a construção dum mundo cada vez mais condizente com o projeto de Deus.

Estes são os meus votos que acompanho com a oração, invocando, por intercessão da Virgem Maria, Nossa Senhora da Estrada, abundantes bênçãos sobre todos os migrantes e refugiados do mundo e sobre aqueles que se fazem seus companheiros de viagem.

Fonte:
Vatican News, 27/05/2019