[...] Se queremos que nossa vida tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: BOTE FÉ e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; BOTE ESPERANÇA e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; BOTE AMOR e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. BOTE FÉ, BOTE ESPERANÇA, BOTE AMOR! [...]
—Papa Francisco, 5/07/2013, Praia de Copacabana, Brasil.

Santo Antônio, São João e São Pedro — Festa Junina Católica


Junho é mês de quentão, canjica, arroz-doce... e quadrilha, que além de comidas e brincadeiras típicas, comemora uma tradição católica em que são celebrados os dias de São João, Santo Antônio e São Pedro.

Comemorar o mês de junho é um hábito antigo em várias partes do mundo. Antes do nascimento de Jesus, os povos pagãos do Hemisfério Norte celebravam o solstício de verão, o dia mais longo e a noite mais curta do ano, que, lá, acontece em junho. As festas ocorriam para pedir aos deuses a fertilidade da terra e garantir boas colheitas nos meses seguintes.

Com o avanço do Cristianismo, a Igreja incorporou a tradição e, no século 6, os ritos da festa do dia do solstício, em 21 de junho, passaram para o dia do nascimento de São João Batista, em 24 de junho. Mais tarde, no século 13, foram incluídas no calendário litúrgico as datas comemorativas de Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29). É por isso que esses três santos são os padroeiros das festas juninas!

Essa festividade, trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses, ficou popularmente conhecida como Festa Junina que, além de muita diversão, também representam um sinal de devoção aos Santos celebrados neste importante mês do calendário da Igreja católica. 

O curioso é que os índios que habitavam o território brasileiro também tinham rituais ligados à agricultura muito semelhantes, com cantos, danças e muita comida. Com a chegada dos jesuítas portugueses, esta tradição indígena foi fundida com o caráter religioso. 

Tudo começou com Santo Antônio, celebrado no dia 13 de junho, sendo popularmente chamado de “santo casamenteiro”, por ter ajudado moças pobres a conseguirem os dotes para o casamento. É um dos Santos mais conhecidos de Portugal, tendo sido um religioso da Ordem Agostiniana e, depois, Franciscana. Contemporâneo a São Francisco de Assis, foi designado por este a ser responsável pela formação dos frades, dada sua capacidade intelectual e conhecimento teológico.

Nasceu em Lisboa, em 1195, e foi batizado com o nome Fernando de Bulhões. Em 1220, trocou o nome para Antônio, ingressando na Ordem Franciscana. É o santo junino com maior apelo popular e também é conhecido como o Padroeiro dos pobres e considerado o santo casamenteiro, sendo também invocado para achar objetos perdidos.

Vale destacar que, até hoje, permanece a tradição da entrega do pão no dia de Santo Antônio, uma grande devoção popular de abençoar o pãozinho de Santo Antônio, que os fiéis levam e colocam na vasilha de trigo, arroz ou de outro alimento na casa, na confiança de que Santo Antônio nunca deixará o pão de cada dia faltar sobre as mesas.

Na verdade, os pães distribuídos no dia de Santo Antônio também nos ensinam a importância da partilha. Se o amor de Cristo continuar tocando nosso coração, como tocou o coração de Santo Antônio, aprenderemos que o pão dá para todos.

Além dos templos levantados sob sua invocação é raro encontrar uma igreja que não tenha uma imagem sua.

Segue o Dia de São João, o “santo festeiro”, que é comemorado no dia 24 de junho, dia do seu nascimento. São João Batista, cujo nome João significa “Deus dá a graça”, foi o precursor de Jesus. Ele se alegrou com a chegada do Messias, ainda no ventre de sua mãe, Isabel, quando esta recebeu a visita de Maria em sua casa. Além de ter batizado Jesus, São João era seu primo e o primeiro a reconhecer Jesus como o Messias.

É importante lembrar que a devoção a São João e a Santo Antônio é popular devido aos portugueses, afinal, "João" foi o nome de vários reis de Portugal que faziam construir uma capela para honrar seu padroeiro. Ele é o único dos Santos que tem o dia do nascimento, e o dia da morte celebrados, pois os demais santos têm apenas o dia da morte rememorado.

E, por fim, dia 29 de junho, temos a festa de São Pedro que é uma das mais comemoradas entre as chamadas “festas juninas”. Neste dia, além da Festa junina católica em honra a São Pedro, também se celebra o Dia do Papa. Lembrando que esta data também é conhecida como o Dia de São Paulo por essa ser a data da morte dos dois santos.

São Pedro foi apóstolo de Cristo, um de seus primeiros discípulos e o primeiro a professar a fé no Cristo. É considerado o fundador da Igreja Cristã em Roma e o seu primeiro papa. Pedro foi morto e crucificado de cabeça para baixo, segundo seu desejo, pois não se considerava digno de morrer como seu mestre. Seu túmulo se encontra sob a catedral de S. Pedro, no Vaticano, e é autenticado por muitos historiadores.

Como São Pedro é padroeiro dos pescadores, as cidades costeiras do Brasil quase sempre têm uma capela em sua homenagem, o que contribui para a popularização da festa.

Esta data, 29 de junho,  ainda é considerada o Dia do Papa, pois São Pedro, segundo os católicos, foi o primeiro Papa da Igreja, além de ter sido o que permaneceu por mais tempo com esse título — 37 anos.

Vale dizer que, no Brasil, além das paróquias realizarem grandes festejos juninos em honra a Santo Antônio, São João Batista, São Pedro e São Paulo, a região Nordeste é o destaque na realização da Festa junina católica.