[...] Se queremos que nossa vida tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: BOTE FÉ e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; BOTE ESPERANÇA e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; BOTE AMOR e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. BOTE FÉ, BOTE ESPERANÇA, BOTE AMOR! [...]
—Papa Francisco, 5/07/2013, Praia de Copacabana, Brasil.

Namoro: Início de uma Vocação


O namoro é certamente uma das mais significativas experiências da vida humana. Trata-se de amar e ser amado, acolher e ser acolhido e eleger e ser eleito, namoro é o início de um futuro, de um ideal e de vocação. Em outras palavras, pelo namoro entra-se destino das pessoas, nas suas opções e intenções.

0 namoro é um tempo chamado hoje, mas com para o amanhã. Começa aqui a preparação para “o de ser esposo(a)”, de assumir a paternidade e definitivamente a vida com alguém.

Se o “amor é a verdade do homem” e dá as chaves para a compreensão do mundo e da vida, então o namoro é um tempo de conhecimento de si, saída e doação de si.

É um tempo de crescimento, sofrimento e amadurecimento da personalidade, dos valores e dos ideais. Namorar não é dormir juntos, mas acordar e viver juntos acordados, ou seja, namoro é diálogo, confidência e conscientização. É uma etapa de preparação para o casamento.

Vivemos uma cultura da satisfação e do imediatismo que transforma o namoro em passatempo, camaradagem, companheirismo e até mesmo em parceria erótica. Que pena. Que ilusão. Que frustração.

No namoro, deve-se falar mais alto o coração que o instinto, o que significa dizer que o conhecimento um do outro não passa, necessariamente, pelo sexo.

A liberdade sexual de nossa época acabou criando uma “nova
opressão”. As pessoas sentem-se obrigadas a consumir o prazer, são pressionadas pelo erotismo e lhes parece estranho não transar.

Nossa civilização está doente e as grandes vítimas são os jovens. O corpo é apenas uma das dimensões da sexualidade humana; onde ficam os sentimentos, as emoções, o coração, a ternura e o amor? Namoro é troca de pensamentos, de sentimentos, de valores e de espiritualidade.

É preciso aprender a domesticar os instintos com vistas ao desenvolvimento da personalidade, visto que o sexo eufórico e fácil é falso. Ninguém morre por falta de sexo, mas ninguém pode viver sem o afeto, a ternura e o amor. Quem se entrega ao prazer acaba na morte.

Nossas pulsões precisam ser equilibradas para não virar tédio. Namorar não é “aproveitar a juventude”, mas semear na juventude para colher amanhã. No namoro já se inicia a educação dos futuros filhos e o alicerce da família.

Confira abaixo, os “Dez mandamentos do namoro” do padre João Mohana (psicólogo e médico. 

Não namorar cedo demais, pois isso leva ao erotismo, ciúmes e brigas por falta de assunto e de ideal.

 Não isolar-se da família, dos amigos e da comunidade.

 Evitar os encontros diários, mesmo pelo telefone, para não desgastar o relacionamento. Bastam os encontros de fins de semana.

 O namoro não deve ser curto demais, nem longo demais. Pelo menos dois a três anos.

 Não prejudicar os estudos, a religião e a família.

 Não imitar a moda e os costumes dos outros, mas ter coragem de ser diferente.

 Não é necessário, nem é mais importante o sexo, mas sim o amor.

 Não namorar para fugir de casa, nem pelo medo de sobrar, ou porque todo mundo faz.

 Namoro não é fazer um programa, mero companheirismo, parceria, mas tempo de conhecimento, crescimento e aprofundamento das pessoas.

 Cronograma do namoro: conversar livre; diálogo mais profundo sobre o assunto iluminado por uma leitura; manifestação de carinho e a despedida com uma oração.

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Fonte:
Arquidiocese de Aparecida (arqaparecida.org.br)
Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida
Extraído do livro: “Amigos da Família”, Ed. Paulus

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